Translate

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Aftas orais: um desafio para médicos e pacientes

As lesões conhecidas popularmente como "aftas" são as afecções mais comuns da mucosa oral, sendo cientificamente denominadas de estomatites aftosas recorrentes (EAR).
Tais lesões constituem um desafio na prática clinica diária, tanto aos médicos quanto aos pacientes, por serem afecções comuns ( acometem mais de 10% da população mundial ), de causas multifatoriais e de ocorrência recorrente.
Considerando-se a apresentação extremamente dolorosa e inflamatória da lesão, a afta é sem dúvida, altamente prejudicial e limitante às atividades diárias das pessoas. A dor intensa não raro, limita a fala, a alimentação e a deglutição.
As EAR têm início com o aparecimento de lesões ulcerativas em qualquer região da mucosa oral ou orofaríngea, apresentando-se em formas, tamanhos e quantidades variadas. 

As estomatites aftosas recorrentes têm etiologia multifatorial e ainda contraditória.

Contudo, é importante fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças que cursam com lesões ulcerativas na cavidade oral, como Doença de Crohn, doença celíaca, neutropenia inespecífica, infecção por HIV e síndrome de Behçet. Exames laboratoriais e biópsias das lesões muitas vezes são necessárias para se estabelecer o diagnóstico diferencial e tratar o quadro de maneira específica e adequada.

Há alguns fatores predisponentes para a estomatite aftosa recorrente (EAR):
  • História familiar
  • Traumas locais ( má oclusão dentária , aparelhos ortodônticos, gomas de mascar, etc)
  • Fatores emocionais ( estresse )
  • Hipersensibilidade alimentar ( glúten, ác. benzóico, ácido ascórbico, corantes, chocolate, café, amendoim, morango, tomates , queijos, etc.)
  • Fatores hormonais ( contraceptivos oaris , ciclo menstrual )
  • Vírus (herpes simples, varicela -zoster, epstein-baar, etc) 
  • Bactérias (H. pylori)
  • Deficiências hematológicas ( carências de ácido fólico, ferro, vitaminas B1, B2, B6 e B12)
  • Causas gastrointestinais ( refluxo gastroesofágico, gastrites, doenças inflamatórias intestinais) são muito frequentes.
 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

Geralmente, o aparecimento da EAR ocorre durante a infância com a tendência para a diminuição da úlceras, em frequência e gravidade, durante o crescimento. Aproximadamente 80% dos pacientes desenvolvem a doença até os 30 anos.
O sintoma de queimação local ou dor por 24 a 48 horas pode preceder as úlceras orais. As lesões são dolorosas, rasas, bem definidas, redondas ou ovais, com fundo necrótico recoberto por uma membrana amarelo-acizentada. A dor dura de 3 a 4 dias, quando a epitelização poderá se iniciar em um processo de resolução espontânea.   

TRATAMENTO

A maioria das úlceras aftosas tem resolução espontânea, entretanto o tratamento sintomático na fase aguda e dolorosa da doença faz-se necessário. 
O melhor tratamento para a EAR é aquele que controla as úlceras pelo maior tempo possível com os mínimos efeitos colaterais.
Desde o advento dos antiinflamatórios tópicos ( uso local ) de alta potência , a maioria dos pacientes consegue um bom controle dos sintomas, sendo a intervenção precoce a chave para o sucesso terapêutico.
É fundamental afastar ou tratar doenças sistêmicas associadas ( doenças inflamatória intestinais, carência de ferro e vitamina B12, entre outras). Muitas vezes, o diagnóstico de tais doenças é feito apenas pela presença suspeita de aftas orais recorrentes ou de difícil cicatrização.


  

Um comentário:

  1. Sim, muito boa matéria Dra! nao sabia que tinha tanta coisa que pode causar as aftas.
    Elizabeth,São Paulo.

    ResponderExcluir

Esta matéria foi esclarecedora e informativa? Deixe sua opinião!